10 de setembro de 2008

Assim Eu Vou

Nascido no Brasil, criado no calor
Não veio preto, veio branco, mas que misturou
Cresceu no meio do samba, foi o pai que levou
Ainda na manhã da vida cantei com Xangô

Mas que o mundo gira, e dali ele se mudou
Foi crescer solto, conhecendo mais de peixe, de fruta, mais de flor
Numa cidade pequenina, onde veio luar e o mar entrou
E foi ali que ele pousou, materno bangalô

Esqueceu do mundo, descalço o menino brincou
Deixou a vida se encontrar, em paraty que ele amou
Achou amigos, que mudaram o que eu sou
Cosmopólito fim de mundo, amor e arte herdou

Para cada casa que seu olho passou
Notou a beleza que o tempo deixou
Para cada pedra que ele pisou
Um amor que ele prendeu, e um que ele soltou

Dança das fitas, bonita, brincou
Em Ciranda e cachaça, noites que derramou
No Carangueijo caiçara , com ela, qual bela rodou
Na eletrônica, das praias, incríveis, dias raiou

Mundo complexo, diferente, encarou
Saudade, do povo, de casa
Amigo que foi cedo, chorou
Subindo em galhos, nadando com peixes, nunca acordou

Nas canoas, em Fortes Perpétuos
Calçadas que o mar lavou
Carnavais de máscara, de lama, de graça
Um garoto piêrrot, de Festas Literais, poesias ao amor

Sobe e desce pipa do céu, nuvem pro mar
Ouro da serra, viola pro bar
Amor que nunca mais se vê
E que vive a se encontrar

Agora não tenho cana pra beber
Nem telas pra pintar
Agora não tenho tardes a te ver
Cidade do sonhar

Não tenho suas festas, nem seus filhos ao meu passar
Agora... lembranças e uma certeza
Paraty
Quero voltar


(Teo Petri)

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