17 de julho de 2009

Perigo de Morte

"Tranquilo... Tranquilo... !"
Pensava ele, recostado, sentado de costas pra direção que o trem se dirigia.
"Foi tudo tranquilo!"
Sua cabeça levemente afixionada em um ponto estático
envidraçado pelo reflexo da paisagem, inteira urbana, daquela cidade.
Ele suava frio, estava no Rio há três meses, assaltando corações de Marias, se vingando pra viver,confuso, agora excuso seu batimento começaria a desacelerar dali a 40 segundos...
Mas por enquanto, fixo na vida que vivia, sem supôr premedita-la, e era aquela a imagem de, alinhados que estavam, seu rosto quase pasmo, quase morto, a grande janela do trem e lá fora o mundo... as capoeiras em que nos metemos.
O vento lhe vinha por trás da nuca e da orelha, e ele dali irradiava seu pensamento para um desfecho, talvez com nojo, ora tão patético quão poético pudesse ele ser. Mas era a surpresa de, ainda, estar vivo pra se viver, tentar, e no se... achar.
Era isso que dizia-lhe aquele vento.
E era só um o seu pensamento, evocado feito mantra.
De sorriso furto ele ia...
"Tranquilo... tudo tranquilo!"
Abismado, em ter fugido da morte e de um amor tendo se apaixonado, tudo numa mesma coisa.
Lhe cerram os olhos, raio forte, que defronte nascia
o sol a norte. Noites inacreditáveis, irremediáveis
"Brasil tranquilo... valha-me a sorte!"




Teo Petri
16-07-2009

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