9 de agosto de 2009

O A S I S

Sem partido, sem abrigo, sem um chão, só um sonho
De onde começamos, da virtualidade de onde não estamos
Sem limites ou países, sem bandeiras ou matrizes
Só nosso peito aberto para abraços e convites
Oasis não é ONG, não é dó, nem piedade
É abraços e amor imensurado
São crianças, mulheres e esses loucos
Que parecem cegos e surdos aos avisos dos que não nos conhecem
Do pessimismo, fatalismo, assistencialismo de si mesmo
Algo novo, que rompe, que sonha, que vai no belo que se esconde
Que bem trata a sua vergonha, e com ela some
A espera no antes
A espera no quase
A vertigem no se
A origem de um oasis
O Brasil, essa completa "miscigenagem"
Acaba que distancia seus filhos
Uma robusta nação que não se sabe
E agora nesse choque, mão no rosto, esse toque
Ruas de pequeninas cidades, gente acanhada, sonha escondidinho
Mas no que ouve esse repique, que jogamos pro ar
Foge do seu medo de buscar, começa a se juntar
A compreender onde podem chegar
É puro cada olhar, comunitaria abstração do não vai dar
Correm doidos pro alcançar, e abraçam forte, forte depois de dançar
Calor humano esquecido, varrido, caco moído, mas não aqui, não agora
Pois disso já me cansei, não aceitamos o nada sei
Soberanos de si mesmos, povo que também é rei
Lagrima feliz, bagagem de aprendiz, bicho solto por toda vida
Gosto bom de toda cicatriz
Alma leve, estadia breve, amigos que nunca mais verei
Mais raros que ouro, que nuvem, que neve
Crianças multiplas, irradiando absurdos
São os seres menos confusos, esperando futuro que os leve
Oasis me ensinou, antes de me ensinar
Oasis replantou, antes de replantar
Oasis voou, sem asas, pelo mundo
Que vai começar.


Teo Petri
26/07/09

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